Metafísica do Útero e o Sagrado Feminino
- Daniela Vital
- 20 de jan.
- 4 min de leitura
O útero sagrado feminino é um conceito que relaciona o útero à energia e ao poder feminino, e que faz parte do movimento do Sagrado Feminino.
O Sagrado Feminino é uma filosofia de vida que defende a conexão da mulher com a sua essência sagrada. A partir dessa filosofia, o útero é visto como o centro da alma da mulher, o lugar onde pulsa a intuição e os instintos.
O útero é um órgão do corpo feminino que está localizado na região inferior do abdome. Ele é responsável pela menstruação, gravidez e parto.
O Sagrado Feminino defende a compreensão do ciclo menstrual e a sua relação com a natureza, como os ciclos lunares. O movimento também valoriza os saberes ancestrais, que teriam sido perdidos devido à opressão do patriarcado.
A benção do útero é uma técnica que visa enviar energias positivas para a vida feminina. A crença é que essa benção pode trazer transformações físicas, mentais, emocionais e espirituais.
Como todos os saberes ancestrais, as dores também estão instaladas em nosso ventre, podendo causar enfermidades.
Conexão com o Útero: Com o patriarcado nos afastou (nem todas, mas a grande maioria das mulheres) da nossa (sua) sacralidade interior e, com isso, perdemos a conexão com nosso segundo coração (o útero). Vamos entender um pouco melhor isso a seguir.
Nós mulheres temos DOIS centros de PODER
Chakra cardíaco (5º chakra): é o centro do amor, o lugar de acesso ao arquétipo da mãe, nutridora, acolhedora e provedora. Chakra umbilical (2º chakra): é o nosso útero sagrado, o lugar onde armazenamos as memórias dessa e de outras vidas, de nossa ancestralidade, saberes, vitalidade e sexualidade.
Com a entrada do sistema patriarcal faz um bruto corte na conexão sagrada da mulher com o seu útero.
Fomos obrigadas a ficar isoladas em momentos de lunação (menstruação) em tendas, onde somente outras mulheres podiam entrar. Isso porque os homens poderiam ser “contaminados”, causando sua morte.
Também proibiam as mulheres de entrar em contato com qualquer objeto por temer essa tal “contaminação”.
Devido a esse afastamento com a sacralidade, as pessoas passaram a ter nojo de sangue, vê-lo como algo sujo, e o útero virou apenas um órgão.
Por causa desse afastamento, das opressões emocionais as mulheres começaram a desenvolver doenças físicas / emocionais, tais como: SOP (síndrome do ovário policístico), miomas, cólicas, endometriose, amenorreia (ausência de menstruação), depressão, ansiedade, síndrome do pânico, entre outras.
Nossa útera é muito mais que um órgão, ela é:
O cálice sagrado portador de todos os mistérios ancestrais.
O caldeirão que guarda todas memórias, nossos traumas, abusos, saberes, nosso poder pessoal e de nossas ancestrais.
O contato com nossa energia criadora e sexual sagrada. Nosso portal de conexão com a Grande Mãe e com o nosso Sagrado Feminino,
O presente da Deusa para que, durante todo o processo de evolução humana, nós tivéssemos algo para nos manter conectadas à ela e para não perdermos a conexão também umas com as outras.
Somos abençoadas, presenteadas com a oportunidade de ter em nosso ventre um sagrado portal mágico.
Todas as vivências que você, sua mãe, sua avó, sua bisavó e todas as mulheres que vieram antes de você já tiveram na vida estão armazenadas aí dentro.
Então, temos dois pontos importantes nessa informação:
Saberes ancestrais
Todos os saberes ancestrais então em nosso ventre: a amorosidade, a paciência, a resiliência, a magia, a sabedoria e até mesmo práticas de nossas ancestrais, que em determinada conexão com nossa útera conseguimos acessar.
Por isso, toda jornada delas não foi em vão, temos o poder de resgatar e utilizar com o propósito da nossa cura e evolução.
Memórias uterinas
Assim como todas as coisas boas, as dores também estão instaladas em nosso ventre, podendo causar enfermidades físicas ao nosso amado corpo.
Se vermos as dores como nossa amiga (amiga é aquela que avisa, não é?), podemos perceber que elas só aparecem quando estamos desconectadas. O aviso é de que há algo em desarmonia que precisa ser trabalhado.
As memórias de abusos, sofrimento, tristeza, rejeição entre outros, podem reverberar no nosso ventre (sejam das nossas próprias vivências ou de nossas ancestrais).
É um ato revolucionário quando decidimos trabalhar nossa útera, buscando a cura e a libertação por nós e por todas que vieram antes de nós!
Conecte-se com a sua ancestralidade!
Sua menstruação atrasou e você não sabe por quê?
Sente muitas cólicas? Tem nojo do seu sangue? O momento da menstruação é um grande desafio para você? Já pensou que seria melhor se tivesse nascido homem?
Se responder positivamente à estas questões, você precisa descobrir a relação do útero sagrado com o poder da mulher.
Conecte-se com a sua ancestralidade
A conexão com nossa ancestralidade nos faz ter mais consciência física, emocional e espiritual. (Qi, Qe e Qs - os 3 Q's)
Busque saber mais sobre a história de suas ancestrais: como foi a menarca, como elas veem o próprio ciclo, como foi passar pelo processo da pleno pausa (menopausa), o que fizeram de suas vidas, qual vertente espiritual seguiam…
Ouvir sobre elas é ouvir sobre você mesma.
Da mesma forma, ouvir nosso próprio corpo é o primeiro passo para começar a compreender o que estamos vivendo e nos libertar de qualquer memória ou bloqueio que possamos ter.
Não é normal que tenhamos cólicas durante o ciclo (embora a medicina convencional afirme que sim).
Podemos vivenciar nossa lunação de forma amorosa e harmônica quando compreendemos o que aquela dor quer comunicar pra gente.
A prática ancestral de vaporização de útero é uma forma excelente de cura e libertação das memórias e dores.
A sabedoria das ERVAS pode acessar nossas dores físicas e curá-las, além de alcançar também nosso campo espiritual, trazendo compreensões e conexões.
A dança, os círculos de mulheres, plantar a lua, meditações, o tambor e o rezo também são algumas formas de acessarmos a sabedoria e a cura de nossa útera sagrada.
Falar sobre o Sagrado Feminino, sobre nosso sagrado útero e sobre ancestralidade é um grande desafio quando não estamos sentadas em roda e tecendo por horas a fio.
No entanto, espero que este texto possa ajudar muitas mulheres a se reencontrarem e a despertarem a Deusa Interior.
Caso queira que eu fale mais sobre esses assuntos, entre em contato comigo e partilhe suas dúvidas, através do WhastApp que em breve estarei de volta com mais saberes, saberes e técnicas citadas.

Comments